segunda-feira, 7 de junho de 2010

O peso do alívio... o Alívio do peso


No início de 2009 decidimos, meu marido e eu, que teríamos um comércio. Animado com uma viagem que vez a Campo Grande, cidade em que seus tios têm duas lojas de roupas, ele (meu marido) voltou decidido de que o ramo de roupa infantil seria uma boa forma de ampliar os nossos rendimentos.

Eu sou formada em jornalismo. Na época, não encontrava nada na minha área e ficar em casa sem trabalhar já se tornara um suplício!

Apoiei e me dediquei ao nosso mais novo projeto. O dindin, que ele havia guardado de longos anos, seria inteiramente investido na empreitada... tudo daria muito certo!

Abrimos a empresa, como manda o figurino, montamos a loja ( a mais linda possível), acreditamos e investimos alto no nosso "negócio". A partir de julho de 2009 nos tornamos empresários e eu, dona de loja.
Sacrifiquei os finais de semana, afinal, tudo vale a pena para ver o lucro. 

Hoje, quase um ano depois, estou em casa, trabalhando com jornalismo freelancer, cuido da minha filha de quase 4 anos e aguardo ansiosamente a chegada da segunda herdeira, Manuela, que nascerá mês que vem.

Um ano... foi o que durou nossa motivada e determinada empreitada. A culpa não foi nossa, pois, se não tivéssemos tentado, jamais saberíamos o que teria acontecido. A culpa não foi da loja, pois, investimos e acreditamos. A culpa não é do Lula, Kassab, Congresso Nacional, etc, porque não faz sentido culpá-los por tudo o que acontece....rs

A culpa... não há culpa, não há culpados... 

Às vezes me pego relembrando dos dias em que passei na loja, dos meus clientes, amigos que fiz, dos finais de semana em que "perdi" com minha filha, com meu marido. Outras vezes, vejo o que voltei a ter ficando em casa, cuidando da Anita que cresce tão depressa! 


Há dois lados: o lado positivo e o negativo nessa história toda. 


Não fui a primeira a me frustrar... não serei a última. Mas tentamos e isso é viver.
Em todas as escolhas há um peso e um alívio. Hora me sinto aliviada, hora me sinto como alguém que fracassou...

Talvez...

Conheci uma moça que tinha uma loja de roupas infantis, assim como eu, mas um pouco menor. Ela também fechou sua loja e decidiu montar em um outro ramo. Ela me disse que se sentia mal por novamente ter que "tentar outra coisa", mas se sentiria muito pior se tivesse parado de tentar.

Temos a tendência de uma autopiedade contínua... estamos sempre com dó de nós mesmo e nos sentido injustiçados... seja no emprego, na escola, na família, nas conseqüências... Algumas coisas acontecem simplesmente porque merecemos... é como se fosse um "bem-feito"... Outras acontecem "porque sim", e cabe a nós driblarmos o desânimo, a "peninha", o eco de coitado e recomeçar, sem muita preocupação se a direção é exatamente a correta, assim, estaremos novamente dispostos a recomeçar, recomeçar e recomeçar.

Que venham os próximos sonhos, os próximos erros e os próximos acertos (em maior número, de preferência..rs)... Assim, saberei que estou viva!