terça-feira, 17 de março de 2009

Adaptação


Atualmente, escolas infantis e creches trabalham com o processo progressivo de aceitação da criança na escola, a chamada adaptaçã0. Este processo visa o total conforto e afinidade da criança, normalmente entre 1 e 3 anos, diante da nova situação de ficar o dia inteiro, ou parte dele, longe de seus pais ou avós, babás e tias que antes o assumiam dentro de seu refúgio seguro - o lar.

Digo "atualmente", porque na época em que entrei na chamada escolinha, que era uma creche pública, minha mãe conta que a "adaptação" era no susto. Um dia você estava em casa, no outro, na escolinha.
                                                                                                                                  
Este método de familiarização da criança com o novo ambiente me parece muito proveitoso. Vivi essa experiência na semana passada. Anita, minha filha de 2 anos e 8 meses, foi à creche (pública, assim como eu, 23 anos atrás) pela primeira vez. Foi a insistência dela que me motivou a colocá-la em um lugar onde a maioria das pessoas que a cercam têm a mesma idade que a sua.

Normalmente, a televisão era a principal, e muitas vezes, única companhia dentro de casa. Os afazeres nem sempre dividem espaço com a atenção que crianças dessa idade necessitam.

E lá fomos nós duas para o primeiro dia de aula. Ela ficaria 2 horas dentro da sala de aula em minha companhia. Para minha felicidade, e das professoras, ela se deu muito bem e sequer chorou quando me ausentei um pouco. 

No segundo dia fui acreditando que seria mais uma aula em que eu estaria presente, agora por 4 horas. A adaptação da Anita foi excelente. Fiquei 30 minutos aguardando na secretaria, e depois disso a professora disse que eu poderia ir e buscá-la no horário combinado, ainda dentro do período de adaptação.

Voltei sozinha.

Aí, começou a adaptação.

Minha filha estaria em seu ambiente propício. Aprendendo, se desenvolvendo, convivendo em sociedade de forma sadia, brincando e se divertindo muito.

E eu? Eu voltaria pra casa, para os afazeres que antes não me davam tempo para curti-la.

Voltei caminhando... Agora quem precisava de adaptação era a mãe que não via a hora de fazer a vontade da filha e, que agora, estava com uma saudade enorme. Mas as horas passam... Tal como um filho que espera anciosamente a chegada do pai e da mãe, eu estava contando os minutos para buscar a minha filhinha. Para minha surpresa e alegria, ela correu aos meus braços e disse: "Eu gotei. Gotei muito da colinha, mamãe".

Um comentário:

Lívia Lima disse...

Hoje as escolas são mais humanas acredito, por isso trabalham com esses processos de adaptação.

Vai se acostumando CI, vai ser sempre assim de agora em diante....minha mãe, por exemplo, só dorme de verdade depois que eu chego da USP, às 00:30!!! rs

bjs